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Conversando Sobre Citologia

Você conhece meu projeto no YouTube sobre Citologia Clínica? 

São vídeos curtos (15 a 35 minutos) onde abordo pontos fundamentais nos tipos de citologias (ginecológica e não ginecológica), visando atender aos pedidos dos seguidores e interessados no tema.

O vídeos estão dispostos em ordem decrescente de postagem.

Episódio 9 – Publicado em 23-05-2019

Episódio sobre Citologia Clínica da Tireoide, especificamente sobre amostras e adequabilidade sob a luz do Sistema Bethesda.

Episódio 8 – Publicado em 15-05-2019

Episódio com convidado (Prof. Valdiery) que trata do tema: Reparo Típico.

Episódio 7 – Publicado em 08-05-2019

Assunto: HPV (Papilomavírus humano com foco na citologia).

Episódio 6 – Publicado em 01-05-2019

Neste episódio abordo a Citologia Clínica Mamária. Uma introdução sobre os cuidados que devemos ter para iniciar, quais os tipos de amostras, como processa-las e liberar laudos.

Episódio 5 – Publicado em 24-04-2019

Neste episódio, atendendo a pedidos, abordo atrofia.

Episódio 4 – Publicado em 28-03-2019

Neste vídeo abordo FLORA BACTERIANA VAGINAL. Como descrever e reconhecer as bactérias.

Episódio 3 – Publicado em 10-04-2019

A pedidos, neste vídeo debato sobre diferenciação citopatológica entre células glandulares endocervicais e endometriais.

Episódio 2 – Publicado em 02-04-2019

Neste vídeo falo sobre as lesões escamosas intraepiteliais (SIL), considerando a classificação das NICs (I, II, III) associado ao Sistema Bethesda, chegando até a invasão. Aproveite e comente!

Episódio 1 – Publicado em 28-03-2019

Primeiro vídeo da séria Conversando sobre Citologia com o Prof. Jacinto Costa.

Abertura do canal

Citologia Clínica e HPV

Prevenção do Câncer de Colo Uterino e Programas de Rastreio

  • Por Dr. Jacinto da Costa Silva Neto, PhD.

Diversos são os planejamentos públicos para prevenção do câncer de colo uterino, seja através no exame citológico (Papanicolaou) ou por vacinação. Os resultados em vários países têm mostrado eficiência da citologia clínica quando bem aplicados e monitorados, a exemplo dos países nórdicos, EUA, Canadá entre outros. O quais tiveram redução na incidência do câncer cervical.

           Com o advento do teste molecular para HPV (Papilomavírus humano), alguns ajustes foram feitos nos esquemas de prevenção, diferindo quando na esfera pública ou privada. Os sistemas públicos gerenciam a aplicação dos recursos visando uma maior taxa de cobertura, enquanto no setor privado os procedimentos diferem.

           O câncer de colo uterino é um problema de saúde pública, portanto, deve ser combatido e investimentos devem ser feitos visando o aperfeiçoamento das metodologias utilizadas.

           Por conta das inovações metodológicas associadas ao HPV e na citologia clínica, as recomendações de rastreamento mundial têm mudado significativamente. É consenso o início do rastreio aos 21 anos de idade na maioria dos países, com citologia oncótica cérvico-vaginal continuada a cada 3 anos ou associada ao teste para HPV a cada 5 anos, estratégia aplicada nas mulheres com mais de 30 anos. Exames realizados anualmente não são mais recomendados devido as altas taxas de resultados falso-positivos, a falta de impacto na prevenção do câncer cervical e custos excessivos desnecessários em saúde pública.

           Na tentativa de adaptar os consensos, o Brasil instituiu a recomendação da citologia clínica (Papanicolaou) para mulheres entre 25 e 64 anos e que já iniciaram atividade sexual. Considera-se também que antes dos 25 anos as infecções pelo HPV são frequentes e que as lesões de baixo grau apresentam um percentual significativo de regressão, o que torna desnecessário abordagem terapêutica nesta faixa etária.

           No caso das mulheres a partir dos 65 anos com histórico de exames preventivos regulares normais, o risco de desenvolvimento do câncer cervical é reduzido dada a sua lenta evolução. A rotina recomendada para o rastreamento no Brasil é a repetição do exame Papanicolaou a cada três anos, após dois exames normais consecutivos realizados com um intervalo de um ano, entretanto, isto não significa que estas mulheres não se beneficiem com a oferta do exame. Vale para esse momento uma abordagem clínica.

           Associar a citologia clínica ao teste para HPV resulta em melhora significativa no rastreio por reunir as duas principais características dos exames: especificidade e sensibilidade, respectivamente. Entretanto, vale destacar que devido as diversas metodologias disponíveis para abordagem para HPV deve-se evitar os superdiagnósticos ou procedimentos desnecessários. Isto porque há testes para detecção do HPV, genotipagem (tipagem), expressão de oncoproteínas por RNAm (E6 e E7), imunocitoquímica para Ki-67 e p16INK4A, além de testes moleculares para marcadores indiretos da infecção para o HPV. É preciso definir onde e quando cada teste é mais aplicável e se realmente irá contribuir na conduta clínica.

           Por fim, e não menos importante, tem-se a vacina, principalmente a quadrivalente (HPV-6, 11, 16 e 18) a qual o Brasil implementou desde 2014 e que poderá mudar o perfil infectivo da população, ou seja, diminuindo as infecções por vírus vacinais e emergindo os demais tipos com capacidade de infecção anogenital.

           As campanhas devem continuar e sempre avaliar qual a abordagem mais eficiente sob a luz dos estudos recentes e experiência adquirida em países que obtiveram sucesso na redução das taxas de câncer do colo uterino, assim valerá a relação custo-efetividade.

Referências

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